Portfólio Patrícia Nascimento

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Missão

E cá estou eu novamente nesta estrada maravilhosa do Jornalismo. Estrada que já chamei de karma, e que hoje, respeitosamente, chamo de Missão.

Nome
Patrícia Nascimento Delorme.

Jornalista, fotógrafa, radialista, viajante profissional, mãe do Luka, terapeuta de Reiki e Magnified Healing.

Dados Pessoais
Disponíveis para solicitação.

Endereço
Caiena, Guiana Francesa.

E-mails
patienascimento@hotmail.com
patiedelorme@gmail.com

Graduação

1997
Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo.
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS, Brasil.

Cursos Complementares, Workshops

2003
1º Programa de Formação em Mobilização de Recursos com duração de 80 horas e metodologia do Projeto Gets United Way do Canadá.
Centro de Voluntariado, Campo Grande-MS, Brasil.

2002
Especialização em Desenvolvimento Local pelo Programa Delnet.
Centro Internacional de Treinamento da OIT, Turin, Itália.

1999
Curso de Inglês com vocabulario especializado para jornalistas.
International House, Londres, Inglaterra.

1999
Produção de Áudio-Visual.
Four Corners, Londres, Inglaterra.

1999
Curso de Edição Digital.
Fabrikvideo, Zurique, Suíça.

1998
Workshop de Rádio para Mulheres Migrantes.
Nosotras-Wir Frauen, Zurique, Suíça.

Experiência Profissional

2006-2007
Escola Brasil, Brasília-DF, Brasil.
Jornalista do programa de rádio especializado em educação, Escola Brasil, retransmitido por mais de 600 empresas de comunicação em todo o Brasil.

2004
Girassolidário, Campo Grande-MS, Brasil.
Produção da Pesquisa “A Criança e o Adolescente na Mídia do MS”. Pesquisa analítica do comportamento da mídia sobre os temas relevantes para os direitos de crianças e adolescentes, com foco na criança indígena do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil.

2002-2006
Girassolidário, Campo Grande-MS, Brasil.
Sócia fundadora e Diretora-Presidente da ONG Girassolidário - Agência de Notícias em Defesa da Infância, integrante da REDE ANDI BRASIL.

2002
Coomunicativa, Campo Grande-MS, Brasil
Sócia fundadora da primeira cooperativa de comunicação de Mato Grosso do Sul.

2002
Galen Films, Marthas Vineyard, Estados Unidos.
Assistente de reportagem e de edição do filme « Stolen Childhoods » (Infâncias Roubadas) sobre as causas da exploração da mão-de-obra infantil e os os programas sociais que erradicam trabalho infantil no mundo.

2002
A Cor das Ruas, Campo Grande-MS, Brasil.
Câmera-woman e fotógrafa do projeto da artista plástica Ana Ruas.

2001
Jornal Folha do Povo, Campo Grande-MS, Brasil.
Repórter do suplemento especial de educação.

2000
Organização não-governamental Marcha Global Contra o Trabalho Infantil, Nova Déli, Índia.
Assessora de imprensa, coordenadora de campanha para os países lusófonos e editora de fotos da revista Footprints, publicação oficial da organização.

1999-2000
Organização não-governamental « Terre des Hommes », Genebra, Suíça.
Assistente de assessoria de imprensa da Marcha Global Contra o Trabalho Infantil durante 86a. e 87a. Conferências da Organização Internacional do Trabalho.

1998-2001
Correspondente Internacional (Freelancer), Europa e Ásia.
Matérias publicadas em jornais diários sul-matogrossenses e na revista brasileira de circulação nacional "Caros Amigos" .

1997
Projeto Experimental Universidade Federal do MS, Campo Grande-MS, Brasil
Produção do vídeo e fotodocumentário « Trabalho Infantil em Campo Grande-MS ».

1996-1997
TV Campo Grande – SBT, Campo Grande-MS, Brasil
Produtora, repórter, editora e apresentadora do telejornal diário "TJ MS".

1996
Revista da Expocriança, Campo Grande-MS, Brasil
Editora de fotografia e fotógrafa.

1995
Rádio CBN
Assistente de Produção

1994-1995
Jornal do Brasil Central, Campo Grande-MS, Brasil
Repórter e fotógrafa.

Conferências, Fóruns e Encontros (Participações)

2007
III Seminário de Responsabilidade Social, Belo Horizonte-MG.

2005
Encontro “Mídia e Conselhos”, Brasília-DF.

2004
2º Salão Gaúcho de Responsabilidade Social, Novo Hamburgo-RS.

2004
2º Fórum da Criança Indígena: Direitos a Revelar, Campo Grande-MS.

2004
Encontro Nacional de Conselheiros e Jornalistas, Brasília.

2004
4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, Rio de janeiro.

2004
7º Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor, São Paulo.

2003
I Seminário de Responsabilidade Social, Campo Grande-MS.

2003
IV Encontro Estadual de Combate à Exploração e Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, Campo Grande-MS.
2003
I Encontro “Meio Ambiente e Meio de Comunicação”, Rio de Janeiro.

2003
Fórum de Garantia de Direitos da Criança Indígena, Dourados-MS.

2002
1° Seminário A Região Centro-Oeste e as Instituições Financeiras Multilaterais, Campo Grande-MS.

2001
« Public Eye on Davos », Davos, Suíça.
(Conferencia paralela à conferencia Economica de Davos, promovida pelos organismos sociais não-governamentais de varios paises)

2000
Missão Criança, Goiânia-GO.

2000
Fórum Genebra 2000 - Desenvolvimento Local, Genebra, Suíça.

1999
87ª Conferência Mundial - Resolução 182/Trabalho Infantil. Organização Internacional do Trabalho, Genebra, Suíça.

1998
86ª Conferência Mundial - Resolução 182/Trabalho Infantil. Organização Internacional do Trabalho, Genebra, Suíça.

Conferências, Fóruns e Encontros (Promovidos pela Girassolidário)

2004
Lançamento da Análise de Mídia "A Criança e o Adolescente na Mídia de Mato Grosso do Sul". Pesquisa produzida pela equipe da ONG Girassolidário (disponível para download neste blog).

2003
"Criança e Adolescente na Mídia" - 1o Encontro de Jornalistas e Fontes no Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS, Brasil. Evento promovido em parceria com o Sindicato de Jornalistas-MS e o Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente-MS para discutir a cobertura jornalística sobre a infância e adolescência no Mato Grosso do Sul.

2002
“Quem cabe no seu Todos?”, Campo Grande-MS, Brasil. Oficinas de inclusão para mais de 150 adolescentes, 40 professores e 35 jornalistas com a jornalista Cláudia Werneck, da ONG Escola de Gente.

Línguas
Português - Língua materna
Inglês - Fluente
Espanhol - Básico
Francês - Curso em andamento

Referências

. Marcus Fuchs
Representante Fundação Avina/Sudeste e Distrito Federal - Brasil
Av. Brasil, 1438 - Sala 1405
30.140-003 - Belo Horizonte - MG - Brasil
Tel: +[55] (31) 3222 8806
info.brasilsudestedf@avina.net

. Geraldinho Vieira
Diretor de Comunicação da Fundação Avina
SMDB conj. 12, bl. A Sala 305 Brasília - DF Brasil CEP 71680-120
Telefone: (61) 366 5289 . 55 (61) 366 4201
E-mail: geraldinho@avina.net ou comunicaciones@avina.net

. Kailash Satyarthi
Presidente Secretariado Internacional da Marcha Global Contra o Trabalho Infantil
L-6, Kalkaji, New Delhi-19 India
Telefone: (91 11) 622-4899
E-mail: kailashsatyarthi@globalmarch.org

. Len Morris
Cineasta e Produtor Galen Films
18 State Road, P.O. Box 4219
Vineyard Haven, MA 02568 Estados Unidos
Telefone: 508/693-0752
E-mail: galen@vineyard.net

Lider-parceira Fundação Avina

A Fundação AVINA foi fundada em 1994 pelo empresário suíço Stephan Schmidheiny, que transmitiu a visão e os valores que conduzem a organização. AVINA é mantida por VIVA Trust, fideicomisso criado por Stephan Schmidheiny para promover o desenvolvimento sustentável por meio de alianças entre a empresa privada bem-sucedida e responsável, e as organizações filantrópicas que fomentam a liderança e a criatividade na America Latina.
Líderes de associações civis, companhias e organizações, não importa o tamanho, estão entre os parceiros da AVINA. Entre 2003 e 2005, tive a honra de ser lider-parceira da Fundação Avina com o trabalho de jornalismo especializado sobre os direitos de crianças e adolescentes.

Henrique Goldman e eu!

Escolhi dois textos do colunista-cineasta-paulistano-judeu-protestante, Henrique Goldman, pra expressar o que sinto e penso. O primeiro texto é sobre a minha relação com o Brasil. E o segundo texto, sobre a relação comigo mesma e com as mudanças que quis promover no mundo. Hoje, aos 36 anos, sou mãe, vivo na Guiana Francesa e estou "arrumando as gavetas do meu quarto".

Eu é um outro
Essa brincadeira o levou para um exílio longínquo e eterno. Voltando ao Brasil, já não reconhecia sua própria casa.

Ele sempre gostou de sonhar ser uma outra pessoa, vivendo uma outra vida em outro lugar que não fosse o seu. Essa outra pessoa por ele imaginada, por poder do sonho, era uma pessoa de verdade – por isso, também ficava sonhando ser outro alguém, que por sua vez sonhava ser ainda outro alguém... e a coisa ia se propagando numa seqüência infinita de sonhos e sonhadores. Essa brincadeira o levou para um exílio longínquo e eterno. Voltando ao Brasil, já não reconhecia sua própria casa. Evitava rostos conhecidos nas ruas de São Paulo, querendo a todo custo negar as evidências de que o tempo passara e que no fundo ele não tinha ido a lugar algum – ficara só ali mesmo onde estava, sonhando com ir, temendo ficar, indo pela metade, fugindo totalmente e ficando até morrer, nem sabia mais onde. Cada vez que ia à sua terra, voltava inspirado. Doía muito notar como Sergio Chapelin tinha envelhecido e estava com o rosto cheio de rugas. Sentiu uma profunda nostalgia ao ver que mudaram as embalagens do chocolate Diamante Negro e inventaram pizzas cujos nomes não entendia (Massarico, JK, Catu-Fran etc.). Recentemente, tinha pirado com a febre de petit gateau quente com sorvete de baunilha e ficou tentando entender por que razão, nesse exato momento histórico, teriam cismado com o petit gateau. Notou tambeém, com muito tesão, como muitas empregadas domésticas agora tinham piercing e tatuagem – gostava de uma gutcha... O Brasil não parava de mudar. Mas o movimento contínuo é estagnante – nega a essência do próprio movimento. Como sempre, só o nível petit gateau mudava no país. Eis o perene Brasilzão do futuro atolado no destino da monocultura da cana-de-açúcar, no sangue e suor dos escravos, cada vez mais podre e idêntico a si mesmo. Eis o país acomodado na brutalidade, fingindo-se chocar-se com ela. Sem ironia, o Brasil era um país muito moderno. Não conseguia voltar nem ficar longe; se cansava de querer muito e repudiar muito ao mesmo tempo, nunca tendo superado o trauma de ter passado mais da metade da vida fora do Brasil – lugar com o qual sonhava todos os dias, mas onde já não podia mais viver. Ainda hoje, está onde sempre esteve – num dos sonhos, sendo outro alguém em outros lugares. E, antes de ir para o trabalho, se vê todos os dias acendendo uma vela para sua santa padroeira, Carmen Miranda. Pede a ela que lhe dê um pouco de sua luz e graça. E, no meio do trânsito em Boston, Tóquio ou Londres, chora muito ouvindo Zezé de Camargo e Luciano se despedindo da mãe em Minas ou Goiás.

*Henrique Goldman, 46, cineasta paulistano radicado em Londres, pretende seguir sua busca por iluminação, apesar das eventuais distrações. Seu e-mail é: hgoldman@trip.com.br

Por trás das bandeiras
Em um planeta com problemas bem maiores do que ideologias, não dá mais para fugir da vida atrás de passeatas.

São Paulo, maio de 1977. Cheguei em casa com olhos vermelhos, dando a maior bandeira. Mas, daquela vez, não era bandeira de baseado, era bandeira de gás lacrimogêneo. Voltava de uma passeata onde nós, estudantes, protestávamos contra a caretice, arrogância e incompetência dos generais que nos governavam. Como em casa rolava menos sujeira com política do que com drogas, sentei à mesa de jantar e fui logo confessando com uma ponta de orgulho: tinha ido, sim, à passeata. Foi a primeira da minha vida.Meu pai também não gostava dos milicos, mas se preocupava, pois naqueles tempos ainda prendiam, torturavam e matavam dissidentes. Ele olhou pra minha cara e disse com sarcasmo: “Admiro muito os teus ideais e a tua determinação em lutar por eles. Já que você quer tanto consertar o mundo, comece então arrumando a bagunça do teu quarto”. Chamei-o de reacionário-pequeno-burguês e me recolhi, humilhado, à balbúrdia do meu quarto. Passaram-se quase 30 anos e – talvez porque, como meu pai, eu também não passe de um pequeno burguês reacionário – não paro de pensar nas gavetas desarrumadas que se escondem por trás de nobres ideais. Uma causa política justa pode ser também uma excelente maneira de evitar o confronto com os problemas pessoais. E, quanto mais justa a causa, melhor refúgio ela proporciona. Não me atrai minimamente o exercício cínico de desmascarar sonhos, mas gostaria muito de melhor entender motivações e mistérios. Efeito borboletaUma mulher em Guarulhos corneia o marido. Com medo de ser abandonado, ele decide fazer vistas grossas, mas trata mal os motoristas na sua frota de táxi. A web designer belga fez 40 anos, não consegue arrumar marido e vai pra Malawi ajudar os órfãos da Aids, mas não ajuda ninguém – nem a si mesma. O pai em Bagdá sempre deu mais amor a um filho do que ao outro. O filho desamado descobre em Deus um pai ideal e se explode num ônibus lotado. Os mortos no ônibus são vítimas de George W. Bush, presidente eleito pela infelicidade individual de muitos. As esferas do íntimo e do coletivo são emanações uma da outra. Não é uma relação direta de causa e efeito, não é uma correspondência simétrica ou totalmente lógica. Mas às vezes acordamos no meio da noite e nos vemos muito sós. São os oceanos desolados que gritam dentro de nós. A dor e a desilusão não poderiam ser maiores. Hoje de manhã, alarmantes previsões na manchete do jornal: se medidas urgentes não forem tomadas, em 2048 90% de toda a vida marinha estará extinta. A África morre malnutrida, e os países ricos jogam fora em média 40% dos alimentos que produzem. Segundo o relatório Stern, encomendado pelo governo Blair, o aquecimento global pode causar um cataclisma ecológico pior do que uma guerra mundial – Hitler e Stalin voltaram! Segundo o cientista James Lovelock, um dos pais do movimento ecológico, nós já pisamos na jaca e não tem mais como voltar atrás. Já deu meia-noite e a festa está acabando. Teria vontade de ir a passeatas de novo, mas não sei contra quem ou o que protestar. Discordo e concordo de tudo em fragmentos incoerentes. Meu quarto continua bagunçado, mas sinto saudades de quando os inimigos eram apenas torpes generais.

*Henrique Goldman, 44, cineasta e judeu protestante (que protesta, bem entendido). Seu e-mail é: hgoldman@trip.com.br